Vida de mãe
, 04.12.14
Uma mãe levanta-se (naquele modo de pulo-imediato-da-cama) e corre para o quarto ao lado, para resolver a situação o mais rápido possível e voltarmos todos a dormir.
Quando chega ao local do crime, o mais pequeno está de pé na cama, mas de olhos fechados (ponto positivo!) e grita "Té-te!", "Onde está a té-té, mãe?".
Para não acender a luz, mãe procura com o tacto a dita cuja - e o que vale é a experiência de procurar chuchas perdidas, porque lá se encontra a chupeta caída entre a cama e a parede (novo ponto positivo, vamos lá todos voltar a dormir!).
O miúdo acalma e deita-se novamente, aconchegado.
Mãe tenta sair de mansinho, mas miúdo estica a mão e agarra de forma irresistível na mão da mãe, naquela indicação subtil que precisa de mimo para voltar aos sonhos (vamos lá ver se adormece rápido, está frio!).
Mãe lá se instala ao lado da cama e reza para voltar depressa para debaixo do seu edredon.
Ao fim de uns minutos, miúdo adormece e com muita suavidade, mãe descola os seus dedinhos dos dela e sai pé-ante-pé-do quarto.
A princesa vira-se na cama, mas não acorda - uff!
Mãe volta para a sua cama quentinha, suspira e abraça marido (por sinal quentinho também) e pensa que não há nada melhor no mundo.
E quando está a deslizar para o mundo dos sonhos...
Toca o despertador.
(a sério, ninguém merece!)